Fui apresentado a pornografia com
aproximadamente doze anos, hoje tenho vinte e cinco.
Meus pais eram separados, fui criado com
minha mãe e com minha vó, nunca tive a presença ativa do meu pai na minha
criação. Minha mãe trabalhava incansavelmente para sustentar a casa.
Recebi muito carinho, sendo catequizado nos princípios cristãos, hoje percebo que apesar de toda a atenção que tive da
minha mãe e da minha vó, vejo que meus pais não foram tão próximos como
deveriam, uma falha que não espero cometer quando for um.
Estou aqui para contar meu testemunho e
talvez motivar você que está lendo esse texto a não desistir, contudo, não
poderia deixar de citar esses fatos por estarem diretamente ligados à minha
história.
Nunca tive muito luxo, mas não posso
dizer em momento algum que passei
necessidade, graças ao esforço da minha mãe.
Sou filho único, estudei em escola
particular, tive amigos dos quais cultivo amizades até hoje. Acredito que no
começo da adolescência, por volta dos doze ou treze anos, como a maioria,
também quis que essa fase passasse rápido por achar que encontraria um novo
mundo com inúmeras oportunidades de diversão, e com certeza como eles encontram,
eu encontrei também.
Meus amigos gostavam e curtiam o mundo,
um universo atraente, de aventura, interessante e cheio de novidades.
Quando comecei a acessar conteúdos
pornográficos, achava que aquilo confirmava a minha masculinidade, afinal,
naquela idade, mexer com isso é quase que afirmar que você é homem de verdade.
Logo, graças a banda larga, a porta do
sistema se abriu dentro da minha própria casa, o macrocosmo que eu tanto quis
conhecer.
Como um ato incita outro, a masturbação
passou a fazer parte da minha vida, então contemplei o que “era bom de verdade”.
O olhar atiçava a mente, a masturbação
me proporcionava um prazer sem precedentes, mal sabia que estava entrando em
uma escravidão interminável.
Dependendo do período, era todos os
dias, algumas vezes por semana, duas ou três vezes ao dia, antes de dormir, ao
acordar, na hora de tomar banho, quando ficava sozinho em casa, enfim, não
havia um padrão, ou esse era o padrão.
Até que chegou um tempo em que fiquei de
duas a três semanas sem me masturbar, chegava a acreditar que estava livre daquilo,
sem perceber, caía no erro outra vez.
O combo pornografia + masturbação me
acompanhou durante toda a minha adolescência até ao começo da minha juventude.
Para piorar, ingressei na faculdade de
Tecnologia da Informação, não que a faculdade era ruim, o problema é que comecei
a ter mais conhecimento, passei a acessar sites que a maioria não domina, como
resultado, acumulei materiais pornográficos que poucos tinham, o meu acervo era
raríssimo. Então o combo ganhou mais um ingrediente, o desafio.
Ter acesso a conteúdo inacessível pela
maioria me dava ainda mais prazer. Revistas e vídeos compartilhados, não me
satisfaziam, o meu cérebro desejava mais.
Minha vó, analfabeta, minha mãe,
trabalhava demais, foi muito fácil esconder tudo e de todos, ainda mais com o know-how
que havia adquirido na universidade, graças a tecnologia conheci técnicas
fáceis e eficazes para evitar qualquer tipo de manifestação.
A pornografia e a masturbação deturpam,
distorcem, corrompem e corroem o consciente de qualquer pessoa, homens, mulheres,
adolescentes e crianças. Para mim era difícil olhar para uma mulher e realmente
não enxergar um objeto sexual de prazer, chegou uma hora que a pornografia por
si só, não me alegrava mais, a minha mente passou a ser a fonte principal de
filmes, cenas e fantasias pornográficas que gostaria de ter, isso era muito
bom, e sabe por que? Porque minhas amigas, colegas, namoradas, eram
protagonistas pornôs de todos os filmes que rodavam na minha cabeça, isso
criava uma sensação de proximidade, de realidade e de muito mais prazer, até
mesmo do que ver uma atriz em um vídeo qualquer.
As imagens ou vídeos pornôs, já não me completava
mais, era só ativar o gatilho que minha mente produzia o conteúdo que eu
precisava. Demorei para perceber, mas nesse nível em que estava, minha psique
já havia se tornado escrava do prazer, era uma superprodução de imagens que
havia guardado durante toda a minha vida como outras que minha genialidade havia
criado.
Meu subconsciente estava totalmente
distorcido, e de uma maneira silenciosa meu foco passou a ser o prazer.
Desculpas não faltavam, porém como
cristão sabia que não deveria ter uma mulher que me proporcionasse prazer sem
estar casado. Estava me descobrindo.
A bíblia não aborda claramente o tema
masturbação (um dos meus maiores equívocos).
Aos vinte anos me apaixonei por uma
linda mulher, tudo começou através de uma amizade, até que um dia ela confessou
que era casada, inocentemente achei que não seria problema desde que ela se
divorciasse. Isso aconteceu em um período de três meses, mas isso já é uma
outra história [risos]. Hoje atribuo esse enorme erro a esta consciência
distorcida e corrompida pelo suposto prazer.
Há um detalhe crucial na minha história.
Com doze para treze anos, conheci a pornografia, porém antes disso, aos onze
anos, havia entrado para o ministério de louvor da igreja que fazia parte, aos
doze anos já tocava nos cultos. Nunca me afastei da igreja, nem do ministério, tampouco
tirei esse submundo da minha vida, em nenhuma circunstância revelei meus
segredos para ninguém, jamais quis comentar aquilo que eu mesmo produzia, que
trazia muito prazer para mim. Dessa forma não foi possível ter auxílio da
igreja, agora imagine a incoerência que vivia, atolado na esfera inferior
durante a maior parte dos dias e das horas, e nos finais de semana fazer parte
de toda liturgia, cantando e tocando junto com os demais.
Uma das coisas que analiso hoje e
percebo como minha mente estava depravada, é que quando lia os textos sagrados do
Apóstolo Paulo, como por exemplo:
“[...]
esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado
aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado. ”
I
Coríntios 9:27
Ou ainda:
"[...]
as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo".
II Coríntios 5:17b
E até mesmo as próprias palavras de
Cristo:
"Se,
pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres."
João 8:36
Nada disso tinha significado para mim,
eram como que essas passagens não correspondessem ao problema que estava passando
durante anos.
Porém, certo dia tive uma experiência
nítida com Deus, que me resgatou do lamaçal do pecado, das trevas e da escuridão
que eu mesmo me permiti. Estou livre há alguns anos, mas a luta não acabou, a
atenção é sempre dobrada e os cuidados são todos necessários, mas posso dizer
que, pela graça de Deus, somente por ela, encontro forças e motivos para
resistir as tentações.
Aprendi de fato que Cristo me ama e morreu
para que eu pudesse viver. Foi “escravizado” pelos meus pecados e culpado por
todos eles, somente o seu amor e a verdade da sua palavra foram suficientes
para restaurar o meu inconsciente.
Hoje alguns versículos, são de grande valor
para mim, sempre medito neles, como por exemplo II Coríntios 5:21, que diz:
"Àquele
que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos
feitos justiça de Deus".
Ele se fez pecador para que eu não fosse
culpado pelo que fiz, a ira do Deus Pai desceu sobre ele para que não descesse
sobre mim. A bíblia diz que logo que Cristo entregou o seu espírito ao Pai, as
pessoas que ali estavam entenderam e começaram a se “lamentar profundamente” do que haviam desejado, hoje posso
entender que olhar para a cruz nos traz arrependimento.
Sou grato por tudo o que Deus me
proporcionou ao me resgatar e fazer com que pudesse enxergar que nele há uma
vida pura e grata pelo sacrifício.
André Revilo
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